Este texto é um excerto dos comentários de Vinícius Bessi, com base nas concepções da acadêmica Eleanor Leacock, sobre a falsa ideia de superação do antropólogo Morgan (e também da obra “A Origem da Família” de Engels) em relação ao conceito de patriarcado.
Em foco
Amílcar Cabral: A Nossa luta é fundamentalmente uma luta de libertação nacional ou uma luta de classes?
Nós somos um povo dominado pelo colonialismo português, ou, pelo menos, fomos dominados por ele, antes dos progressos da nossa luta. A nossa luta é uma luta de libertação nacional. Isto quer dizer que queremos acabar no nosso país com a dominação estrangeira, dominação sob forma política e sobretudo sob forma econômica.
Fidel Castro: “Não há nada pior do que dar as costas ao inimigo”
Em 2003 o governo Bush havia incrementado as tradicionais ações anti-castristas, ampliando o número de transmissões de rádio contra o regime para a ilha e os estímulos para a imigração ilegal. Num período de sete meses até abril de 2003 ocorreram sete sequestros de aeronaves e barcos com o objetivo de tomar rumo a Flórida, onde os sequestradores armados e violentos às vezes eram presos mas sempre acabavam liberados e com uma permissão de residência.
Fidel Castro, Mandela e a luta contra o Apartheid
Eu vi pan-africanistas pós-modernos seguidores de Carlos Moore acusando Fidel de ser assassino de negros em Cuba (eles acham que todos marxistas eram brancos e racistas e nem sabem que a maioria da população é negra ou parda em Cuba, 51% são “pardos”, 11% negros) e que não sentiam nada pela morte dele.
Degeneração e “Geração Eu”: A Decadência da Juventude Revolucionária
Revolução, violência política, de fato toda violência é um jogo para o ser humano jovem. Jovens rebeldes determinados forjaram nações, como vimos ao longo da história. Mas esses homens foram verdadeiros revolucionários, fanáticos dispostos a sacrificar tudo, eles incorporavam a descrição de Nechaev, “O revolucionário é um homem condenado. Ele não tem interesses pessoais, negócios, emoções, ligações, propriedade ou nome. Tudo nele é completamente absorvido no único pensamento e na única paixão pela revolução“.
Tal devoção é rara no Ocidente moderno. Ademais, quando ela vem em formas estrangeiras, tal como o militante islâmico ou o guerrilheiro latino-americano ela se torna o grosseiro “radical chic” de rebeldes universitários que vestem camisetas de Che Guevara ou keffiyehs manufaturados em fábricas capitalistas escravagistas. Todo espírito pseudo-revolucionário juvenil existe hoje inteiramente dentro dos parâmetros do capitalismo, desenraizado, commodificado, certamente não-ameaçador à ordem estabelecida. A parafernália da revolução é apenas um instrumento de marketing por valor de choque. Isso aponta para uma questão maior, que a pose de resistência ao sistema foi já totalmente integrada ao sistema.
Ficaremos todos sem emprego em breve. Um Futuro de Miséria ou de Liberdade depende de você
“Em qualquer fábrica de primeiro mundo, no lugar de operários agrupando peças e apertando parafusos, encontraremos diversas máquinas de última geração. Ao mesmo tempo, casas inteiras são construídas em poucas horas por uma impressora 3D gigante, envolvendo apenas uma ou duas pessoas no processo.”
Essa é a previsão do jornalista David Baker para os próximos anos, e ele não está exagerando, basta constatarmos o avanço da automação na vida diária dos cidadãos que vivem nos países centrais.
Kwame Nkrumah: “O Socialismo Africano revisitado”
O termo “socialismo” tornou-se uma necessidade nos discursos de palanque e escritos políticos de líderes africanos. É um termo que nos une no reconhecimento de que a restauração dos princípios sociais humanistas e igualitários da África demandam o socialismo. Todos nós, portanto, embora seguindo políticas bastante contrastantes na tarefa de reconstruir nossos vários Estados-nações, ainda usamos o “socialismo” para descrever nossos respectivos esforços. “A questão deve, portanto, ser enfrentada : que significado real o termo retêm no contexto da política africana contemporânea?” Eu alertei sobre isso em meu livro Consciencism (Londres e Nova York, 1964, p. 105).
Ofensiva e Resistência ao imperialismo cultural
O imperialismo não se manifesta apenas na economia, comércio ou militarmente, mas também culturalmente. E onde os resultados são tão ou mais desastrosos e duradouros é justamente neste ultimo.
A cultura de um povo também é a base de sustentação da sua resistência social frente ao domínio de interesses estrangeiros.