“Nos tempos mais distantes, os homens viviam na escuridão e não tinham animais com que caçar. Eram pessoas pobres, ignorantes, muito inferiores às que vivem hoje em dia. Se deslocavam em busca de comida, viviam viajando como nós, mas de modo diferente. Quando paravam e acampavam, trabalhavam o solo com ferramentas de um tipo que já não conhecemos. Obtinham sua comida da terra. Nada sabiam de toda a caça que temos agora”.
(Aua, xamã da etnia esquimó iglulik).
“O homem, quando desgarrou do ramo dos primatas há quatro milhões de anos, a nível de Australopiteco, fez porque deixou de ser um primata vegetariano e frugívoro para transformar-se num primata caçador”.
(Félix Rodríguez de la Fuente).
Considero oportuno dedicar um artigo ao assunto da paleontologia evolutiva nutricional, dado que em nosso idioma a informação é sumamente escassa — e os meios com pouca informações, podem e geralmente fazem prosperar todos os tipos de falácias. Os lixos nutricionais são particularmente graves, já que atentam contra nossa saúde, contra nossa reprodução e contra nosso código genético. Portanto, afetam toda a espécie e é de interesse que se extirpem para garantir o futuro evolutivo da humanidade.
Atualmente é incrível a má reputação que tem o colesterol e os alimentos animais, enquanto que outros alimentos extremamente nocivos monopolizam as prateleiras dos supermercados e chegam aos estômagos de países inteiros.
A caça foi a principal dirigente de nossa evolução, que selecionou qualidades como a inteligência, reflexos rápidos, sentidos mais afiados, instinto territorial, uma melhor comunicação em grupo, o espírito de equipe, um espaço vital mais amplo, a beleza e a ferocidade. Como veremos nesse artigo, a carne, o sangue, a gordura, o tutano, os miolos e as vísceras, presidiram e alimentaram o desenvolvimento de nossa inteligência, e contribuíram por sua vez para fazer de nós predadores cada vez mais eficazes. Literalmente, o aumento de alimentos animais nos desaproximou dos macacos e nos aproximou dos anjos.
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