Por que os cubanos “fogem” para a Flórida?

Todo mundo submetido à propaganda ideológica dominante já deve ter se deparado com fotos antigas dos “balseros” – cubanos que se aventuram em balsas no mar do Caribe para chegar à costa norte-americana. A resposta hegemônica a esse problema real é convicta na difamação e na desinformação: os cubanos estão “fugindo para a liberdade”.

Como o objetivo aqui é desprezar as simplificações, afirmo que são múltiplas as razões que levaram os cubanos a emigrarem. A mais significativa delas, sem dúvida, é a financeira: Cuba, a despeito de todos os seus logros na área social, é um país com uma economia debilitada.

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“Liberdade”, na concepção de Fidel e da causa comunista

Pessoas – de direita ou que se autointitulam de esquerda – alimentam uma concepção totalmente burguesa e vulgar do que compreendem como “liberdade individual”. Por isso mesmo, não conseguem assimilar a ideia de que Cuba não é uma ditadura.

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Dilemas das Esquerdas: Afinal, as massas são “ignorantes” ou “puras”?

Durante os Jogos Olímpicos neste ano, eu havia criticado segmentos da esquerda que, talvez por influência do pensamento de “psicologia de massas”, decidiu exumar o velhíssimo dilema sobre torcer ou não para a seleção da Copa de 70.

O discurso, tal qual nos anos de chumbo, partia da tese de ampla midiatização daquele megaevento esportivo tinha como consequência única o “entorpecimento” da maioria da população, alijada de enxergar a nu as brutais condições cotidianas de vida a que está submetida.

Segundo eles, o povo brasileiro não se amotinou nas ruas contra a tirania de Estado porque, na sua ignorância infantil, permanecia alucinado por Pelé, Carlos Alberto Torres, Tostão e Jairzinho. Resumidamente: “o povo é burro e não sabe o que faz”. Uma discussão semelhante ressurgiu nas Olimpíadas, com motivos, cenário e personagens distintos.

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