O que um trabalhador, um camponês, um “pobre”, acharia de ‘José Stálin’? (por Daniel Moreno)

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Celebração do centenário da Revolução Russa entre camponeses da LCP.

José Stálin era tipo um cangaceiro. Cabra macho. Camponês que nem eu. Bruto e severo. Até se chama José que nem eu, José de Ribamar. Outro Zé era o Mao ‘Zé’ Tung; eu não sei se ele era camponês mas ele era amigo dos camponeses. Eu também admiro Vladimir”.

Isso aí é o resumo de uma gravação que eu fiz do meu avô de 86 anos falando. Ex-policial civil da época da ditadura, católico – “conservador nos costumes”. Homem reto e humilde.

Quando os acadêmicos “marxistas” dizem ser melhor não usar a figura de Stálin por supostamente causar controvérsias entre o povo brasileiro médio, eles não estão se referindo ao povo real. Este – o povo real, e não intelectuais de classe média – teriam muita facilidade de se identificar com uma figura dessas (isso é, como Josef Stálin).

Um José de família camponesa, de um país agrário, vira ladrão de banco, entra num partido revolucionário, se torna o líder de uma das maiores potências do planeta.

Como um camponês, um pobre, um trabalhador, não vai se identificar?

Os acadêmicos “marxistas”, claro, vão encontrar mil e uma críticas, mas essa controvérsia não vem das massas. As massas nem ao menos tem noção de que algo desse tipo seria possível.

Acho que muitos “comunistas” brasileiros nunca conversaram com um camponês sequer.

Daniel Moreno

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